Todos vivenciamos e constatamos o que nos cerca por meio dos sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição. Esse é o alicerce da realidade consensual. Mas existem conceitos que fogem a essa verificação direta – conceitos discutíveis que exigem outro tipo e análise. O que dizer deles? O que é a consciência? O que se entende por “alma” e onde ela estaria situada?
Pistas adicionais são oferecidas pelo fenômeno do sonho. A sensação de realidade intensa durante o sono. Vou explicar como isso acontece: ao adormecer, os sentidos vão diminuindo paulatinamente até que a consciência esteja completamente desconectada deles. E é aí que está o mistério. Porque quando estamos acordados, estamos diante da realidade e a realidade é percebida pelos cinco sentidos. Os cinco sentidos é a ponte entre a consciência e a realidade material e palpável. Dentro do sonho a sensação é a mesma, pelo fato da consciência está totalmente desconectada da sua ponte sensorial.Você sonha e pensa está vivendo aquilo de fato e, por incrível que pareça, até que os sentidos voltem a atividade, ou seja, no despertar do sono, tudo é real. Essas observações podem ser analisadas ponto a ponto e me levou a pensar na possibilidade de dois mundos.
Há dois mundos distintos:
o mundo externo e o mundo interno.
A consciência não é um estado mental, é o “eu consciente” não é o corpo, nem as memórias, mas a testemunha que observa ambos os mundos. É a ponte que permite perceber a luz refletida da matéria e transformá-la em imagens, pensamentos e experiência internas. Perceber a realidade para além da aparência da materialidade é compreender que aquilo vemos não é a coisa em si, mas a representação da luz refletidas pelos objetos.
Imagine um objeto diante de você. Você o vê, percebe sua forma, cor e textura. Na ausência de luz, o objeto desaparece da visão. O que restou? Apenas o efeito da luz que seu cérebro processa. Assim, o indivíduo pode constatar por si mesmo é sempre representação interna e não o objeto em si.
O pensamento são imagens na nossa mente. O indivíduo quando pensa em algo, ele imagina algo. Imaginar é criar uma imagem. Quando alguém diz: lembra de ontem quando fomos à praia? O mar estava agitado e as ondas atingiram toda a faixa de areia.Se não houvesse todo esse problema, nós poderíamos jogar vólei.A imagem da praia, das ondas que cobriram a areia ficaram gravadas na mente do indivíduo que foi convidado a lembrar do ocorrido e em seguida, imaginar, criar a imagem de um mar calmo, onde havia a possibilidade de jogar o vólei.Mas a pergunta é: do que são constituídas essas imagens? O que são por exemplo? São manifestações eletromagnéticas? São sinapses neurais? Quem as produz? A consciência? Diante dessas perguntas podemos levantar a seguinte hipótese: na materialidade o que se vê é a luz refletida dos objetos, esse é o princípio da visão. Na ausência de luz, não há como enxergar nada. Isso, aparentemente é óbvio e contundente, mas muitos desconhecem que o principal daquilo que se vê é a luz. É ela que carrega todas as informações presentes no ambiente: cor, forma, intensidade, volume. Tudo isso tem um percurso que atravessa o nervo óptico e entra na mente.Mas e as imagens já dentro da mente? Podemos tocá-la? Podemos senti-la? Como elas se comportam? Vamos fazer um paralelo?Tudo que está fora percebemos pela luz, correto? Se o que está fora é visto através da luz, o que está dentro não seria diferente, é basicamente luz, mas não uma luz que pode ser medida ou aferida. É uma luz inacessível, invisível a olho nu, fora do espectro visível. É necessário considerar as escalas eletromagnéticas e entender até onde se pode utilizar de algo que é presente na camada da materialidade. O que há na camada da materialidade, instrumentos e artefatos físicos não são capazes o suficiente de medir ou aferir algo que está além do que pode ser medido. Quando percebemos que somos consciência além do corpo, que atuamos como ponte entre os mundos da mente e da matéria, a experiência deixa de ser fé e se torna observável e analisável. Não é opinião; é constatação interna, verificável pelo próprio indivíduo.
A realidade é composta por camadas múltiplas: a materialidade visível, a percepção mental e o espaço da consciência livre. O indivíduo ao constatar cada experiência apresentada, confirma que o que chamamos de mundo externo é o reflexo da luz e dos impulsos da matéria, enquanto o mundo interno revela o fluxo da consciência.